domingo, 3 de novembro de 2013

AME PARIS E DEIXE PARIS AMAR VOCÊ

E ao longe você consegue identificar a Torre Eiffel imponente, imperando sobre os demais prédios, nesse momento seus olhos tentam se fixar em cada detalhe, mas a distância só permitia ver sua majestosidade.
O ônibus segue e entre uma curva e outro seu olhar vai perdendo o foco da Torre e vai correndo de um lado para outro tentando registrar todos os momentos ao mesmo tempo para não perder nada. A paisagem muda e a imensidão de Paris ganha vida bem em frente aos olhos, a arquitetura ganha vida e a cidade faz uma imensa cortesia para quem acaba de chegar. Nesse momento você entra na história; nesse momento você esta no centro do mundo e é impossível não se emocionar com tanta beleza diante de seus olhos, é impossível conter o riso, é impossível de acreditar que você esta lá, no meio de Paris.

1° DIA
Chegar em Paris foi sensacional, poder ver toda a beleza de seus prédios que se diferenciam uns dos outros pelos detalhes, das ruas arborizadas e da atmosfera que a cidade transmite é fantástico, Paris te convida para desfilar em suas ruas e uma vez Paris, entre no clima das passarelas e desfile pelas ruas confusas e se perca em becos para encontrar o que de melhor há para se encontrar, as belezas que muitos turistas não procuram, encontre a beleza da verdadeira Paris, uma beleza escondida em cafés, padarias, galerias de artes e porque não a beleza de se olhar as pequenas janelas decoradas com flores para te saudar.

Após o primeiro impacto fui para a estação do metrô e a sensação que tive foi a de que Paris nasceu depois do metrô. O sistema de metroviário de Paris é tão abrangente que dá a impressão de ser impossível alguém tê-lo construído com uma cidade toda acima, são tantas curvas, tanto sobe e desce que as montanhas-russas de muitos parques de diversão perdem para a emoção que é andar no metrô de Paris.
Peguei meu primeiro trem sentido ao Arco do Triunfo para fazer minha conexão com a linha 2 azul, viajei mais algumas estações e eis que chego no meu hostel (na hora senti medo porque eu peguei bem um lugar onde toda a criminalidade acontece). Deixei a bagagem e parti sentido Montmartre, algumas quadras do hostel pude ver a grandiosa Basílica de Sacré Coeur. Toda sua brancura brilhava com o dia frio e ensolarado e nada mais gostoso que subir seus 234 degraus para ter uma vista impressionante da cidade de Paris.
Visto a cidade pelo alto e tendo conhecido a Basílica por dentro, hora de rodar a região mais boêmia da cidade de Paris, seus vários PUBS e cafés me convidaram para apreciar o movimento, artistas pintando retratos nas calçadas, um acordeon tocando ao fundo e os cafés (nenhum possui cadeira de costas para a rua) lotados de pessoas observando o movimento enquanto fumavam, bebiam e conversavam alegremente. Segui meu caminho após comer um delicioso cachorro-quente (feito a la parisiense de uma maneira bem simples, pão, salsicha e muito queijo) para o Museu do Louvre, antes uma parada na Galeria Lafayette para ver as melhores lojas de grifes do mundo reunidas em um só lugar, a beleza e os preços são para deixar qualquer um de boca aberta, sai de lá me sentindo até mais bonito rsrs. 
Caminhando mais uns quilômetros e lá esta ele, o Museu do Louvre com suas paredes escuras e milhões de histórias contidas em cada pedacinho de seus muros, caminhei pela pequena passagem que dá acesso para os jardins e a minha esquerda pude ver as quatros pirâmides de vidro, muitas fotos, muitos flashes e logicamente muitas pessoas. Caminhei por entre as pirâmides antes de me dirigir a maior (entrada do Louvre) para comprar meu ticket (12,00 euros) e acessar todo o seu acervo. Uma emoção muito grande ver uma boa parte da história da humanidade toda em um só lugar, viajar do Egito para a Grécia e de lá para Roma mas passando antes pela história do próprio Louvre e também dos países muçulmanos e ver o oriente se misturando o ocidente e depois de tanto subir e descer escadas me deparar com ela, a mais famosa pintura, La Joconde ou simplesmente Mona Lisa del Giocondo. Um quadro com 77cm e com muitas histórias e lendas, um super esquema de segurança e o mais próximo que pude me aproximar foi a distância de uns 5 metros, mas ela estava lá e pude olhar dentro de seus olhos e tentar desvendar o mistério através de seu sorriso enigmático. 
O tempo foi passando e a noite chegando, primeira noite em Paris depois de um longo dia e uma noite anterior mal dormida? Voltei para o hostel caminhando e me perdendo, me encontrando e me perdendo novamente até chegar no hostel, um bom banho e uma boa noite de sono para relaxar.






2° DIA
Esse dia começou cedo, por volta das 9:00am eu já estava na rua, muita coisa para fazer e a primeira delas era tomar um café da manhã, mas onde? Como esta indo para a Catedral de Notre-Dame, resolvi tomar meu café da manhã por lá, então pega um metrô, mais um e mais um e caminha por um bom tanto até chegar a famosa catedral, ainda bem que tinha essa caminhada toda, se não tivesse feito isso, provavelmente teria perdido uma das pontes mais famosa de Paris, a Pont des Arts ( Ponte das Artes), mas famosamente conhecida como a ponte do cadeados. Contempla-se a beleza da ponte e a bela obra de arte que os cadeados fazem, pensa no amor, pensa na vida e deixa os pensamentos soltos para escolher em o que ou em quem pensar; sentei-me em um banco, acendi um cigarro e, do melhor jeito parisiense, aproveitei o sol agradável que banhava as margens do Sena naquela manha fria de quinta-feira. Passado o momento de reflexão, voltei para a caminhada sentido Notre-Dame. A catedral fica em uma pequena ilha formada no centro do Sena, o que a deixa mais charmosa e convidativa, mas o que mais me chamou a atenção foi ver uma pequena garotinha segurando migalhas de pão em suas mãos e os pássaros indo até ela para comer, algumas fotos para registrar o momento e ai sim parti para observar a catedral que esta completando apenas 850 anos de existência, em frente a catedral uma arquibancada foi montada e é usada para se admirar a antiga construção, muitas pessoas sentadas orando, tirando fotos, comendo ou somente observando os detalhes.
Algumas fotos da parte externa e vamos lá, entrada gratuita para a catedral, dentro existe a parte dos tesouros de Notre-Dame (4,00 euros) e você pode subir nas torres da catedral (8,50 euros). Os vitrais belíssimos e as paredes folhadas a ouro entram em destaque com a pouca luminosidade e vai a catedral parecer ainda mais magnífica , suas esculturas e seus quadros dão um ar de requinte ao espaço, sua arquitetura impressiona e entre os milhares de visitantes a fé e devoção fala mais alto, me separo dos grupos de turistas e vou para a ala dedicada as pessoas que estão na igreja para orar, me ajoelho e agradeço a Deus e a Jesus Cristo a oportunidade de poder estar vivo mais um dia e peço proteção para a família, para que ela seja abençoada sempre. Terminada as orações caminho para a parte externa novamente, hora de observar as gárgulas e descobrir o maravilhoso jardim que fica atrás da catedral. Entre uma foto aqui e outro ali, conheço um casal de brasileiros que estão em Lua-de-Mel, conversamos e aproveitei dessa conversa para pedir que tirassem uma foto minha, mas claro que retribui o favor tirando uma foto deles também.
Por volta das 3:00pm já com muito fome, (já havia tomado café com croissant e comido crepe de Nuttela com banana) nada como comer uma deliciosa baguette de queijo, presento, tomate, alface e ovos; refeição leve para encarar a fila do ponto turístico mais famoso de Paris, La Tour Eiffel. Eu havia tentando comprar convite para o topo da torre pela internet, porém estava esgotado; tentei comprar lá também mas naquele estava lotado, mas tudo bem, o segundo piso da torre me proporcionou uma visão tão linda que valeu a pena ter ficado na fila quase duas horas esperando. Pude ver Paris se espalhar até o horizonte, pude ver o desenho das ruas que tanto me perdi, pude ver os monumentos que havia estado ou que iria no dia seguinte, pude ver a vida de uma outra atmosfera, de um lugar especial. 
Desci querendo ficar lá por muito mais tempo. Desci olhando para a imensa estrutura de ferro que se agigantava acima da minha cabeça, mas o dia ainda tinha muito para ser visto e ficar olhando para o topo da grandiosa torre não iria me ajudar a ganhar tempo, caminhei então para o Palais de Chaillot / Cité de L'Architecture, mas antes uma paradinha para mais um crepe, dessa vez um salgado com queijo, presunto e ovo, nas margens do Sena. Segui caminho e das escadas do Palais de Chaillot pude ver a Torre por um outro ângulo, mais algumas fotos de ambos os lugares e mais conversa com duas amigas espanholas que estavam passeando por Paris pela primeira vez assim como eu; conversamos sobre a vida, sobre Paris e logicamente, sobre tirarmos fotos uns dos outros. Após me despedir das meninas segui em direção ao Champs de Mars, tive a impressão dele ser mais bonito de cima do que do solo, mas tudo bem, era meu caminho para a Ecole Militaire, Hotel des Invalides e Musée de L'Armée, após mais esses três locais, nada mais justo que ir para um Café Brasserie (em Paris a maioria dos bares tem esse nome) tomar uma deliciosa cerveja para recompor as energias, mas antes uma passada na Pont Alexandre III e depois da cerveja uma passada no cabaré mais famoso do mundo, o Moulin Rouge. A prostituição em Paris é tratada como negócio sério e existem vários cabarés onde você pode passar a noite com as mais belas e sedutoras mulheres da vida noturna de Paris, uma grande aventura para quem quer uma noite com muito glamour, bebidas e jogatinas.









3° DIA
Acordar cedo novamente com chuva e frio, combinação nada muito boa, mas já que é Paris vale a pena se molhar. Segue meu caminho em direção aos Jardin du Luxembourg, 3 conexões de metrô e voilá, cheguei na estação correta porém me perdi nas ruas novamente, toma chuva daqui, chuva dali, acende um cigarro e eis que acho os jardins, muitas pessoas correndo (mesmo com chuva) e alguns turistas (japoneses) pelos jardins. Quase não deu para observar tanto a beleza, a chuva não parava e o que me restou foi ir para outro local, me restou ir para as catacumbas de Paris. Olhei bem o mapa e segui para o rumo certo, porém nada de achar, vi um senhor passeando com seu cachorro na rua (mesmo com chuva) e fui lá pedir informação: "Pouvez-vous parler Anglais?", ele respondeu que sim e então eu perguntei, ele fez menção de que entendeu e me falou a direção, tudo em francês, pedi desculpa e ele repetiu, tudo em francês novamente, não querendo aborrecer mais o senhor, segui na direção que ele falou e olhando no mapa, mas nada de achar as catacumbas, o que me restou foi sentar em um aconchegante café e comer 2 croissants, 1 pain au chocolat e 1 delicioso cappuccino para aquecer aquela manha (quase meio-dia) gostosa. 
Terminada minha refeição, entrei em uma estação de metrô e segui rumo ao Arc de Triomphe Etiole (Arco do Triunfo), duas conexões e lá estou eu, no topo da Aveneu des Champs Elysees, olhando para o impressionante Arco e seus detalhes, um aglomerado de pessoas tirando milhares de fotos e eu lá, todo bobo olhando e tirando fotos sem parar, mas eu não queria apenas ficar ali, eu queria ir tocar nas paredes, nas escrituras, ficar escorado tentando captar um pouco da grandiosidade ali presente; sendo assim, fui atravessar a rua em meio ao caótico trânsito de Paris e um carro policial estacionado buzina e pede educadamente para eu voltar e usar a passarela subterrânea que existe para ligar a Champs Elysees com o Arco, pedi desculpa e me dirigi a passarela todo envergonhado, mas logo que desci as escadas essa vergonha passou e um minuto depois lá estava eu, absorvendo a sabedoria do majestoso Arc de Triomphe Etiole. Fotos, fotos, fotos. Pausa para momento de reflexão e papo com um japonês, papo vai e papo vem sobre a beleza da obra e para encerra essa amizade momentânea, peço para que ele registre meu momento lá, feito isso é hora de descer a charmosa Aveneu des Champs Elysees. Entre suas galerias de grifes, seus cafés e bistrôs, entre pessoas de todas as partes do mundo, lá estava eu, desfilando por Paris como ela sugeriu assim que eu cheguei. Desci a avenida cantarolando, entrando e saindo das grandes lojas, ficando bobo de ver pessoas pagando mais de 1000,00 euros em um par de sapatos, entrei em galerias, vi que a moda não é apenas moda, vi que a moda é arte e que arte tem seu preço e que esse preço é muito alto e já que o preço da arte é muito alto, que tal a arte de um delicioso café? Sim, pagasse caro por um simples café expresso na Champs Elysees, mas e daí? É um café na Champs Elysees e não poderia deixar essa oportunidade passar. 
A tarde já se encaminhava para o fim e era hora de comer algo e beber uma cerveja para relaxar, Então vamos de Cordon Blue e cerveja, como sobremesa mais um crepe de Nutella com banana, impossível resistir.





4° DIA
Todos os objetivos que eu havia traçado para Paris estão concluídos, eu havia visitado o que eu realmente queria e acabei conhecendo muito mais do que esperava, então o 4° dia foi livre para me perder e me encontrar em Paris. Saí do hostel com o pensamento de caminhar seja lá para onde for e assim eu fiz, caminhei sem rumo e me perdi em uma região cheia de barracas de feira livre e fui me encontrar dentro de uma deliciosa panificadora comprando pães doces. Caminhei por mais um longo tempo e me perdi observando a beleza de um lindo prédio em serviço do Banco da França e me encontrei observando a belíssima igreja de Santo Agostinho. Voltei a me perder observando novamente a Operá Garnier e me encontrei sentado aos pés da Sacré Coeur comendo uma deliciosa baguette. Me perdi entre as lojinhas de chocolate e me encontrei entre as lojas de jóias. E de tanto me perder e me achar eu me achei em Paris, me senti em casa, me senti bem e feliz. Senti que Paris pode ser a cidade dos apaixonados. Sim, pode ser. Mas não dos apaixonados por uma outra pessoa, mas sim dos apaixonados pela vida, apaixonados pela cultura, pela arte, pela comida e pelo prazer de se perder e se encontrar em você mesmo. Paris é a cidade para quem quer mais do que uma simples paixão, Paris é a cidade para quem quer amar a vida em seus mais belos detalhes.












Nenhum comentário:

Postar um comentário