terça-feira, 5 de agosto de 2014

ALAMEDA BOTAFOGO - PARTE 2/5

Larissa levantou e caminhou em direção a janela, passos lentos, seu corpo ainda perturbado pelo sonho e pela quantidade de penas no chão. Caminhou mais alguns passos e, com medo e excitação, abriu a cortina de sua janela, que não estava soprando o ar fresco das manhãs como de costume, o ar estava quente, quente como o hálito de um animal selvagem e voraz pronto para atacar; Larissa olhou para o jardim do prédio e seu coração parou por alguns segundos, vários pássaros mortos estavam sendo recolhidos pelo senhor Luis, o zelador do prédio.
Larissa sentiu medo, porém recolheu as penas espalhadas pelo seu quarto e as colocou dentro de uma caixa de papelão, não iria jogá-las no lixo enquanto não soubesse o que havia ocorrido naquela noite, guardou a caixa embaixo do armário da cozinha e se aprontou para sair.
Após 30 minutos desceu as escadas de seu prédio até o térreo, nenhum vizinho foi visto nesse percurso, caminhou até a porta do jardim e avistou o senhor Luis ainda recolhendo as aves mortas, pensou em perguntar o que havia ocorrido, mas antes que pudesse seguir seu caminho, Diorgenes, filho do senhor Luis, apareceu e começou a contar o porque de tantas aves mortas. Segundo o relato de Diorgenes, uma grande tempestade havia castigado somente o bairro deles e aquelas aves todas haviam sido mortas pelos fortes ventos que castigou a região. Enquanto Diorgenes falava sobre o ocorrido, Larissa procurava com os olhos vestígios da tempestade, mas seu olhos não encontraram coisa alguma, tudo parecia perfeitamente no lugar como estavam na manhã do dia anterior.
Larissa agradeceu Diorgenes pelas informações e se dirigiu para o portão que dava acesso a rua, Larissa iria para o trabalho de metrô pois era o dia de rodízio do carros terminados em 5, caminhou alameda abaixo e virou a segunda a esquerda, caminhou por mais duas quadras e encontrou a estação, que as 7:30 da manhã estava praticamente vazia.
Enquanto o trem corria pelo subsolo da cidade, os pensamentos de Larissa voavam tentam encontrar uma explicação para o que havia ocorrido. Ela não acreditava que havia ocorrido uma tempestade, mas também não conseguia imaginar outras possibilidades. O trem continuo correndo e sacudindo de um lado para o outro em uma viagem realmente rápida e, quando Larissa olhou para a janela, o trem parou bruscamente na estação da PAZ, Larissa se levantou e desceu, pisou em um chão branco como jamais havia visto, pessoas sorridentes acenavam umas para as outras em seus embarques e desembarques e uma suave melodia tocava. Larissa caminhou com estranheza e surpresa, porque nunca havia notado como a estação PAZ era branca e agradável. Seus olhos percorreram toda a vastidão branca da estação e pousaram sobre uma pequena loja escura, onde o letreiro escrito a mão dizia: "Os pássaros cantam por alguma razão".


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