Quando cheguei por aqui, 9 meses atrás, tudo era muito intenso; baladas, bebidas, passeios, amigos e assim foi, parecia que o mundo iria acabar se eu não fizesse tudo o mais rápido possível. Foi bom, divertido e porque não dizer gostoso. Era uma vida de turista, cada esquina um flash. Tanta arte, cultura, história que era impossível caminhar e não querer fotografar tudo e todos.
O tempo foi passando e Dublin se tornou meu "lar". Peguei gosto pela rotina da cidade. Aprendi sobre as pessoas, aprendi sobre transporte, aprendi sobre construções e aprendi muito sobre a vida e mais uma vez aprendi que não importante onde e não importa como, se você tem um bom coração e boas intenções você vai ter amigos sempre e esses amigos irão te acompanhar nos momentos difíceis, nos momentos alegres, nas ressacas, nos tombos e você os carregará para toda a sua vida, porque seus amigos fazem parte do que você é.
Essa caminhada com os amigos teve um resultado positivo, emagreci 15 quilos e ganhei 1 tonelada de conhecimento, afinal, tudo que nos chega, chega por alguma razão.
Minha aventura por Dublin continuou, encontrei mais pessoas e descobri milhões de lugares, um mais bonito que o outro e isso só fez eu me apaixonar mais e mais.
A vida continua, algumas vezes seguindo com passos largos e outras como a vida no campo. Estar em um lugar que te proporciona uma grande sensação de segurança e paz não tem preço. As vezes me sinto dentro de um romance, onde tudo se encaixa perfeitamente e onde o final sempre é feliz.
Assim vou seguindo minha jornada por aqui, desejando muita coisa e sentindo falta de muitas outras. Viver longe da família não é fácil, tem coisas que somente eles podem entender e te aconselhar, mas a gente vai matando a saudade por telefone, internet e aguardando o dia do reencontro. Porque família é a base para uma vida saudável e bem estrutura; e quando digo família, não me refiro somente aos pais, irmãos e irmãs, tios, tias, primos, primas, avós e avôs, me refiro também as pessoas que escolhemos ter como nossos familiares, pessoas tão importantes que não viveríamos sem por razão alguma no mundo.
É, e em meio a saudade e boas recordações, vou ficando cada vez mais dividido. Onde é meu lugar? Onde é este lugar afinal? Qual caminho seguir? Onde chegar?
Entre essas e outras tantas perguntas, vou me deixando levar pela cidade que, como diz meu amigo tcheco, pela manha é a cidade dos cafés e a noite a cidade dos PUBS.
Então vou seguindo a vida, não nadando a favor da correnteza, porque ai seria fácil, mas sim contra ela, porque o legal da vida é ver que a onda esta vindo e saber que você pode vencê-la, porque depois dela existe um imenso mar azul de oportunidades e belezas.
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